Mateus 27

Mateus 27 – ACF – Almeida Corrigida Fiel

1 E Jesus, tendo concluído estas palavras, disse a seus discípulos:

2 Sabeis que daqui a dois dias é celebrada a Páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado.

3 Então os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos do povo reuniram-se na sala do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás;

4 e deliberaram prender Jesus e matá-lo.

5 Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja alvoroço entre o povo.

6 Ora, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão o leproso,

7 aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro, que continha preciosíssimo bálsamo, e derramou-o sobre a cabeça de Jesus, estando ele reclinado à mesa.

8 Vendo isso, os discípulos indignaram-se e disseram: Para que este desperdício?

9 Pois este perfume podia ser vendido por grande soma, e dar-se o dinheiro aos pobres.

10 Jesus, porém, percebendo isso, disse-lhes: Por que molestais a mulher? pois fez uma boa ação para comigo.

11 Porquanto vós sempre tereis os pobres convosco, mas a mim não me tereis sempre.

12 Porque, derramando este perfume sobre o meu corpo, ela o fez a fim de me preparar para a sepultura.

13 Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado em todo o mundo, também será falado em memória desta mulher o que ela fez.

14 Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os principais dos sacerdotes,

15 e disse: Que me quereis dar, e eu vos entregarei Jesus? Eles lhe pesaram trinta moedas de prata.

16 E desde então buscava oportunidade para O entregar.

17 No primeiro dia dos pães ázimos chegaram os discípulos junto de Jesus, perguntando: Onde queres que te façamos os preparativos para comer a Páscoa?

18 E Jesus lhes disse: Ide à cidade, a casa de certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos.

19 E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a Páscoa.

20 Ao anoitecer, estava ele à mesa com os doze discípulos;

21 e, enquanto comiam, disse: Em verdade vos digo que um de vós me trairá.

22 Eles, entristecendo-se muito, começaram cada um a perguntar-lhe: Porventura sou eu, Senhor?

23 Respondeu ele: O que mete comigo a mão no prato me trairá.

24 O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito; mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! melhor lhe fora não haver nascido.

25 Então, Judas, o que o traía, perguntou: Porventura sou eu, Mestre? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste.

26 E, quando comiam, Jesus tomou pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.

27 A seguir, tomou um cálice e, dando graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos;

28 porque isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados.

29 Mas digo-vos que, desde agora, não mais beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber novo convosco no reino de meu Pai.

30 E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.

31 Então, lhes disse Jesus: Esta noite, todos vós vos escandalizareis comigo; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão.

32 Mas, depois de ressuscitado, irei adiante de vós para a Galileia.

33 E, respondendo Pedro, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei.

34 Declarou-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás.

35 Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo algum te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.

36 Veio Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, até que eu vá ali orar;

37 e, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito.

38 Então lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.

39 E foi um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

40 E voltou para os discípulos e os achou dormindo; e disse a Pedro: Assim nem uma hora pudeste vigiar comigo?

41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.

42 Tornando a ir pela segunda vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.

43 E, voltando, achou-os outra vez dormindo, porque os seus olhos estavam pesados.

44 E, deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.

45 Então voltou para os discípulos e disse-lhes: Ainda dormis e repousais! Eis que é chegada a hora, e o Filho do homem está sendo traído nas mãos dos pecadores.

46 Levantai-vos, partamos; eis que está próximo o que me trai.

47 E, falando ainda ele, eis que chegou Judas, um dos doze, e com ele grande multidão com espadas e varapaus, vinda da parte dos principais sacerdotes e dos anciãos do povo.

48 Ora, o que o traía lhes havia dado um sinal, dizendo: Aquele que eu beijar, é esse; prendei-o.

49 E logo, aproximando-se de Jesus, disse: Eu te saúdo, Rabi! E beijou-o.

50 Disse-lhe Jesus: Amigo, a que vieste? Nisto, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam.

51 E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha.

52 Então Jesus lhe disse: Embainha tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada à espada perecerão.

53 Ou pensas tu que eu não poderia orar a meu Pai e que ele não me daria agora mais de doze legiões de anjos?

54 Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?

55 Disse Jesus às multidões: Quando saístes com espadas e varapaus, para me prender, todos os dias me sentava convosco ensinando no templo, e não me prendestes.

56 Tudo isso, porém, aconteceu para que se cumpram as Escrituras dos profetas. Então todos os discípulos, deixando-o, fugiram.

57 Os que prenderam Jesus conduziram-no à presença do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam congregados.

58 E Pedro o seguiu de longe, até o pátio do sumo sacerdote e, entrando, sentou-se entre os criados, para ver o fim.

59 Ora, os principais sacerdotes e todo o sinédrio buscavam depoimento falso contra Jesus, para que o matassem;

60 e não o achavam, a despeito de se apresentarem muitas testemunhas falsas. Por último, vieram duas testemunhas falsas,

61 as quais declararam: Este disse: Posso destruir o santuário de Deus e, em três dias, reconstruí-lo.

62 E, levantando-se o sumo sacerdote, perguntou a Jesus: Nada respondes ao que estes depõem contra ti?

63 Jesus, porém, guardava silêncio. E o sumo sacerdote lhe disse: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.

64 Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste; e digo-vos que vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.

65 Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou! Para que precisamos de mais testemunhas? Eis que vós agora ouvistes a blasfêmia.

66 Que vos parece? Responderam eles: É réu de morte.

67 Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam,

68 dizendo: Profetiza-nos, Cristo, quem é o que te bateu.

69 Ora, Pedro estava sentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu.

70 Ele, porém, o negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes.

71 Tendo ele saído para a porta, outra criada viu-o e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno.

72 E ele negou outra vez, e com juramento: Não conheço tal homem.

73 Pouco depois, os que ali estavam aproximaram-se, perguntando a Pedro: Verdadeiramente tu és dos deles; porque a tua fala te denuncia.

74 Então ele começou a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço tal homem! E imediatamente cantou o galo.

75 Então Pedro se lembrou do que Jesus lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo, chorou amargamente.

O capítulo 27 do Evangelho de Mateus apresenta eventos cruciais da vida de Jesus Cristo, incluindo a conspiração para prendê-lo, a traição de Judas, a Última Ceia e a prisão de Jesus. É um capítulo repleto de significado teológico e revela a fidelidade e obediência de Jesus até o fim.

Uma pergunta frequente relacionada a este capítulo é:

Perguntas frequentes

1. Qual é o significado da traição de Judas?

A traição de Judas é um momento de grande tristeza e revela a fragilidade e a falibilidade humana. Judas, um dos discípulos de Jesus, decide entregar seu Mestre às autoridades religiosas em troca de trinta moedas de prata. Isso cumpre as Escrituras, mas também demonstra a presença do pecado e da maldade no mundo.

2. O que é a Última Ceia?

A Última Ceia foi a refeição em que Jesus compartilhou o pão e o vinho com seus discípulos, instituindo assim a Santa Ceia ou Eucaristia. Neste momento, Jesus simbolicamente oferece seu corpo e sangue como sacrifício pela humanidade, antecipando sua morte na cruz. A Última Ceia também é um lembrete da comunhão e unidade dos seguidores de Cristo.

3. Qual é o significado da prisão de Jesus?

A prisão de Jesus é um elemento essencial da narrativa da Paixão. Jesus é preso pelas autoridades religiosas, lideradas pelo sumo sacerdote Caifás, como resultado de uma conspiração planejada por Judas. Essa prisão marca o início da provação e sofrimento de Jesus, que culminará em sua crucificação. Também é uma representação do conflito entre a justiça humana e a vontade de Deus.

Conclusão

O capítulo 27 de Mateus oferece uma visão profunda da vida de Jesus Cristo, especialmente durante os momentos cruciais que o levaram à sua morte e ressurreição. A trama envolve a traição de Judas, a instituição da Santa Ceia e a prisão de Jesus, todos elementos fundamentais da história da salvação. Nesses eventos, vemos a fidelidade e o amor de Jesus, que voluntariamente se entregou por amor à humanidade. Mateus 27 nos desafia a refletir sobre nossa própria resposta à pessoa de Jesus Cristo e a reconhecer o sacrifício que Ele fez por nós.

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